sexta-feira, 21 de novembro de 2014

“Enchentes” - Empreendimento na curva do Rio Cabuçu. Uma guilhotina ambiental.


O termo “guilhotina” refere-se a um instrumento medieval composto de madeira e lamina, para separar o corpo de sua cabeça. Este instrumento de decapitação foi muito utilizado no período da Revolução Francesa. Um dos seus episódios foi a decapitação de 16 freiras e sua Madre Superiora – Tereza de Santo Agostinho (Maio/1775 – Paris) – suas ultimas palavras – “não é a violência que tudo pode, é o amor que tudo pode.. Na área ambiental, observamos diversas decapitações; interferindo no caminhar dos elementos dinâmicos da natureza, ou de forma abrupta interferindo neste caminhar natural, mudando ações e ritmos já estabelecidos a milhares de anos.

     E ao observar o  Rio Cabuçu, na curva da TOGA (Via Dutra) com o fundo de várzea da Brinquedos Estrelas, um Empreendimento esta provocando com terraplanagens agressivas, e intensa movimentação do solo, certamente contaminados, por que já houveram limpezas e manutenções realizadas pelo DAEE – Orgão do governo do Estado,  a separação do seu leito com relação a sua área de amortecimento ou várzea. Uma função substancial de guardar as águas para realização da curva da TOGA em período de chuvas intensas tanto na cabeceira da Serra da Cantareira, como no recebimento das águas de seus principais afluente. Por ex. Córrego da Paciência, ampliando a sua área de alagamento.  
Este empreendimento desavisado  da importância social e ambiental desta “curva” que liga os dois eixos retos,  e  conexão natural entre o Rio e a sua várzea de entorno. O fato é que apesar da falta provável de conhecimento ambiental e cultural da região foi solicitado através do CADES Vila Maria/Vila Guilherme, junto ao seu presidente e atual subprefeito Engo. Gilberto Rossi, uma visita ao local e o embargo das obras, mas o proprietário apresentou segundo esta fiscalização  IPTU da cidade de Guarulhos. 

E após “pesquisas” realizadas pela Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu, referente ao numero do Cadastro do IPTU (Guarulhos) apresentado pelos técnicos da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme, identificamos sérias divergências de posse, propriedade e demarcações de área, conforme ações realizadas entre os eventuais proprietários (Diario de Justiça/SP  - 18/04 e 27/09/2011). Porem, estas ações permanecem restritas a esta fiscalização, e o envio de um oficio ao Sr. Hélio Arantes – chefe de gabinete - Prefeitura de Guarulhos. Assim, a Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu, renovou seus ofícios já editados anteriormente no ano de 2013 a Secretaria de Serviços e de Meio Ambiente de Guarulhos, porem até o presente momento não houve uma ação operacional palpável dos Gestores Publicos de conhecimento da Agenda 21, e que o empreendimento apresentasse documentos técnicos de terraplanagem, movimentação de solo (áreas contaminadas), autorizações ambientais da CETESB, autorizações do Subcomitê Tiete Cabeceiras, e especialmente a participação do DAEE, que foi igualmente notificado (Oficio – 001.25.14 – 11/04/2014 – 735 – Prot/Geral – DAEE) e informado da instalação deste Empreendimento, com atividade ainda não identificada em parte significativa da área, com exceção do platô superior que identificamos o estacionamento de caminhões, que estão se utilizando o acostamento ou “Berma” de manutenção do Rio Cabuçu, como estrada de acesso, que tem a canalização do “tronco da SABESP”, que pertencem as obras de canalização de esgoto que acessam a Estação de Tratamento do Parque Novo Mundo. E inclusive depositou cascalho em toda a sua extensão, colocando em risco a entrada deste volume de material inerte se assentar no berço da curva do Rio Cabuçu no período de chuvas intensas, e provocar danos acentuados, inclusive ao próprio piscinão natural, estrangulando a ligação entre os dois eixos retos do Rio Cabuçu.
 E diante deste cenário real de acontecimentos, possibilidades, e independente de quem possa colaborar e abraçar de fato esta causa extremamente agressiva em “período ainda de precaução”. Neste ultimo dia 24/10/2014, aconteceu uma reunião na Sociedade Amigos do Pq. Edu Chaves – SAPEC, onde convidamos algumas instituições representativas das regiões onde existe maior vulnerabilidade, com relação as enchentes, e estamos formalizando outras   ações, pois as duvidas de “cadastros” - Qual município pertence? seu proprietário, à área utilizada, é que não podem ser mais importante do que as ocorrências técnicas e ambientais, porem é certo que temos uma boa chance de acorrer enchentes em regiões altamente vulneráveis: Comunidade São Rafael (Guarulhos), Jd. Julieta, Pq. Edu Chaves, Jd. Cabuçu e Vila Galvão (Guarulhos). As entidades da Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu, especialmente as com prognósticos de enchentes. E iremos convidar os responsáveis pela defesa civil das Subprefeituras: Vila Maria/Vila Guilherme e Jaçana/Tremembé,  município de Guarulhos, e Defesa Civil do Estado de São Paulo envolvidos diretamente,  e seus planos de trabalho para; mobilizações e procedimentos técnicos de proteção as enchentes do Rio Cabuçu. Este evento será realizado no dia 22/11/2014 as 14:00 hs na Sociedade Amigos do Parque Edu Chaves – SAPEC – Rua Jorge Newbery, no. 9 – Edu Chaves. E já apresentamos para conhecimentos, ofícios para Vice - prefeita Sra. Nadia Campeão, representando o poder executivo da Prefeitura de São Paulo, as nossas preocupações, e igualmente  ao Prefeito de Guarulhos – Sr. Sebastião Almeida, que possam acolher e avaliar  todos os parâmetros técnicos, ambientais e sociais  envolvidos na instalação deste Empreendimento e suas consequências. E não podemos deixar de renovar  a solicitação junto ao DAEE, órgão do governo do Estado de São Paulo, que tem a obrigação de fiscalizar eventuais agressões ou invasão dos leitos dos rios Paulistas.  O Rio Cabuçu de Cima, sem duvida merece uma fiscalização rigorosa junto as empresas que utilizam-se de suas bordas, e inclusive nivelando áreas de terraplanagem junto a própria calha de concreto do rio, espaços inacreditáveis, que estão sendo utilizados para estacionamentos de caminhões pesados comprometendo a instabilidade física da calha e futuros incidentes para dentro do berço das águas do Rio Cabuçu de Cima.
Texto: Jose Ramos de Carvalho – Gestor ambiental      foto – Rozima Araujo – Gestor Ambiental   - Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu.                                                            




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