quinta-feira, 28 de junho de 2012

INTERVENÇÃO NO CABUÇU EM ANDAMENTO


A sequência da ação direta  que teve início nos dias 16 e 17 de junho, aconteceu nos dias 23 e 24 de junho. Os primeiros dez metros de graffiti mostram um índio e uma índia resgatando jaçanãs, capivaras, preás, sapos, canários, morcegos, vagalumes, jararacas e um ilustre cabuçu, que significa “vespa grande”em tupi-guarani, o nome do nosso querido rio. A equipe de graffiti composta por Evol (curador), Espinho, Feik e Nem mandou muito bem na idéia de desenhar índios num bote, resgatando animais que existiam nas margens do rio no passado. 
Isso me faz lembrar de uma frase do cacique Seattle, de uma tribo norte americana chamada Duwamish, numa carta que ele escreveu em resposta à proposta do presidente dos EUA, de comprar as terras indígenas:
"Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si."
Para aqueles que quiserem ver a carta na íntegra procurem por (Carta do Cacique Seattle).

Outro componente imprescindível para a nossa ação foi a estrutura de segurança utilizada pelos grafiteiros. Andaimes (tablado) e suportes (módulos) em bambú. Uma criação do permacultor Rafael Bordon do projeto Povo Brasileiro.

No inicio, concentrávamos a ação no graffiti, mas após conhecermos o Rafa e seu conceito de construções sustentáveis, a ação passou a ter duas vertentes: Graffiti Temático e Estrutura de Segurança Ecológica. Inclusive na cultura asiática o bambú simboliza flexibilidade e resistência, e tem inúmeras aplicações, da construção civil ao artesanato.




A estrutura é constituída de quatro módulos com toras grossas de bambús de aproximadamente 4 polegadas, que abraçam o muro do rio e dão sustentação para três tablados (pisantes) de 3 metros de comprimento cada, sobres os quais os grafiteiros ficam em cima para poderem desenhar nas paredes internas do rio. A estrutura é segura, firme, flexível, fácil de manusear e pode ser deslocada ao longo do leito do rio, onde houver muro com as medidas do trecho em questão, conforme o desenvolvimento da obra de arte. 








Durante a ação houve o monitoramento ambiental da qualidade da água do Rio Cabuçu de Cima, no trecho da intervenção, através de coleta de amostra realizada pela profissional, bióloga e gestora ambiental Jane da Silva Flor. 










A amostra será encaminhada para laboratório credenciado que analisará a concentração de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) existente na amostra. 


Simplificadamente, DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa orgânica “roubar” o oxigênio dissolvido nas águas. Este roubo é resultado da atividade de microorganismos que se alimentam da matéria orgânica. Ou seja, quanto maior o DBO, maior a quantidade de carga orgânica (poluição) proveniente de despejo de esgotos sem tratamento, principalmente de esgotos domésticos.

Para dar tom à ação o sound system do CICAS representou injetando rock’n’roll, rap, hardcore, psicodelia, reggae, progressivo e tudo o mais de musica de qualidade no ouvido da galera. 











Teve até free stile de bike executado pelo gordo.









E nesse embalo a cooperação de trabalho para a realização da intervenção foi ímpar, integrada, unida e perseverante. Colocamos dois pontos de luz na estrutura, daí ficamos até altas horas da noite empenhados na atividade.







Poucos municípios brasileiros possuem agenda 21 local e, não tenho conhecimento, de nenhum município que tenha realizado ações de intervenção como essa que nós, sociedade civil organizada, estamos realizando. A agenda 21 finalmente saiu dos fóruns de discussão presos dentro de quatro paredes, para a ação direta! Estamos criando uma nova proposta de agenda 21 local, que começa na ação, para depois ser escrita.








 


E domingo 01 de julho tem mais!!!

Texto: Ga. Marcos Vinicius Moreira Borges
Fotos: Amigos da Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ARTE DO GRAFITE NO RIO CABUÇU – RIO+20


Finalmente neste mês do Meio Ambiente com este paralelo a RIO+20, as entidades da Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu imprimiram seu apoio a elaboração do painel em grafite que no decorrer desta semana de 17 a 24 de Junho de 2012, será concretizado nas paredes de concreto do Rio Cabuçu. A primeira etapa já foi concluída com os trabalhos de pintura da base em branco efetuada pelo profissional de pintura em altura - André Gomes, que recebera a arte do grafite, tendo como Curador “Denys Evol”. E o desafio de instalar os nossos colegas do grafite em andaimes feito de “Bambus”, arte milenar dos asiáticos, será coordenada pelo profissional, conhecedor das tramas em “Bambu” – Rafael Bordon (Proj. Povo Brasileiro – CIC NORTE), um desenho formidável de estrutura leve, fácil manuseio, com segurança, inclusive individual com cintos, com ancoras independentes, e os melhores conceito de sustentabilidade, porque as sobras de corte podem ser utilizadas para diversos arranjos florais ou outras utilidades. Nesta semana de preparação operacional e voluntária tivemos a contribuição de outros profissionais, e contamos para o próximo final de semana. Mas não poderíamos deixar de agradecer a Assessora de Imprensa do DAEE a Jornalista Ana Claudia Freitas, que não mediu esforços em apresentar o Projeto a Diretoria do DAEE, nesta ação de representar a fauna e flora que já frequentaram o leito e as bordas do Rio Cabuçu, a nossa “designer gráfica” Gabriela Tonini (Sinfonia de Cães), e aos Gestores Ambientais: Marcos V. Borges (Sinfonia de Cães), Fransueldo Pereira (APGAM), Rozima Araujo (APGAM), José Ramos de Carvalho (APGAM), Danielle Coutinho (Chico Mendes – Guarulhos), as nossas amigas da 3ª. Idade do SOS Edu Chaves,  Luis Carlos Junior (CICAS), e estendendo a todos os amigos do CICAS que disponibilizaram todo o espaço físico, com lanche, cafezinhos, para que tudo acontecesse da melhor forma possível, devemos igualmente enaltecer a disponibilidade oferecida pelos 43º e 5º Batalhão da Policia Militar do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros da Capital de São Paulo, Policia Rodoviária Federal, em seus respectivos comandos. E agradecer a todos que indiretamente estão contribuindo para realização deste evento. E neste próximo final de semana dias 23 e 24 de Junho vamos desejar um amanhecer de muita serração, frio, mas na esperança de um belo sol de inverno, que possa inspirar a todos, com muita musica, arte, e dedicar uma homenagem, a um morador do Parque Edu chaves - Vale do Rio Cabuçu, o Sr. José Pinheiro (83 anos), que plantou centenas de arvores e murais informativos no Parque Edu Chaves, ao longo da sua vida, primeiro como pessoa, e posteriormente como empresário, e que ainda no calor de sua idade, com a dedicação de sua família, a empresa (TOP LUX Luminosos), da sua “Brigada Ecológica”, ainda observa com seu coração literalmente ambiental, o seu amor pelas arvores, pelos pássaros, e o eterno desejo de um ambiente naturalmente rico e saudável para todos.


PARABÉNS! Sr. José Pinheiros – Saúde sempre. Neste belo coração ambiental!

Entidades - Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu


Foto: Ramos de Carvalho




Flayer - Gabriela Tonini.






quinta-feira, 14 de junho de 2012

ARTE DO GRAFITTI NO RIO CABUÇU


Em comemoração a “Semana de Meio Ambiente” e RIO+20, estaremos realizando mediante autorização do DAEE, em parceria com o “Projeto CICAS”, e com as entidades da “Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu”,  ações ambientais e culturais. A intervenção inicial em termos educacionais seria apresentar o Rio Cabuçu a população, pintando na arte do Grafitte um painel, onde os artistas poderão imprimir uma ação comunicativa, de respeito, e de solidariedade ao Rio Cabuçu, provocando entre os futuros observadores desta arte, uma contemplação positiva, revendo sua historia, e principalmente buscando sensibilizar as crianças e adultos, os princípios básicos de pertencimento, precaução, preservação e  conservação. As ações Educacionais e culturais são ferramentas fundamentais para criar e construir a participação das comunidades. Através da comunicação visual é possível produzir analises e mudar conceitos já enraizados. E incentiva os jovens a obter conhecimentos palpáveis e participativos.  Visualizar outros jovens realizando com a colaboração da arte, reforça um continuo processo de integração, motiva o conhecimento, a confraternização, e o pertencimento local. Observando bem próximo o Rio Cabuçu, sua gente, sua fauna, vegetação e flora que um dia existiu. A importância destes registros em forma de painéis, ou de pequenas impressões de peixes, do cabuçu, da jaçanã, formaliza e identifica a nossa historia. A Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu é somente mais uma ferramenta que une as pessoas em torno da “Carta da Terra” desenhada e sonhada por pessoas de diversos pontos do planeta. E importante para praticar os princípios básicos da “Carta da Terra”, e de reconhecer o Rio Cabuçu suas fragilidades naturais e sua importância para todo o seu Vale e sua pequena bacia hidrográfica.